sábado, 19 de novembro de 2011

...uma missão estranha...

..."Hoje vem de mota?!", pensei, ao ouvir o rugido ao longe do motor
"Mas onde vai ele descer?!!"- Ao olhar em redor, não via qualquer caminho ou estrada, por onde ele pudesse descer.
Encontrava-me numa plataforma suspensa, à espera. Sabia perfeitamente de quem estava à espera, mas não me lembrava de ter combinado nada, ainda por cima neste sítio tão peculiar.
"Como raio vim aqui parar?!!", sem entrada nem saída, só mesmo uma plataforma suspensa no meio do nada.
Os meus pensamentos foram surpreendidos , quando ouvi, mesmo sobre mim, o barulho ensurdecedor da mota. Virei-me, olhei para cima e vi, incrédulo, a aceleração da mota, direita a uma rampa, que se encontrava em cima de um morro, a uns cem ou duzentos metros de altura, do sítio onde me encontrava.
"Impossível, ele não vai fazer isso?!!!..." não deu tempo de pensar mais nada. Incrédulo e admirado, vi a luz da mota subir a rampa, cortando a escuridão com o seu foco. Rodopiou no ar, fazendo a roda da frente ficar para trás, colocando-se de cabeça para baixo, numa rotação de 360º, alinhando novamente, numa perfeita rotação, colocando-se paralela à plataforma. Desceu, vertiginosamente, sobre a plataforma, tocando primeiro com a roda traseira, seguida da dianteira, afundando toda a suspensão no solo. Dirigiu-se para mim em alta velocidade. Eu mantive-me firme no meu local, apesar de tenso. Os meus maxilares cerrados e punhos fechados.
Quando estava quase perto de mim, travou a fundo, rodopiando e fazendo as rodas chiar com o ruído característico de travagem, envolvendo-me de fumo do atrito e ficando a poucos centímetros de mim.
"Qual foi a necessidade deste exibicionismo todo?!!!", disse num tom irritado e paternalista, enquanto a névoa do fumo se dissipava à nossa volta.
Ele vestia o típico fato de 'motoqueiro', todo preto, botas com aplicações em metal. Não trazia qualquer protecção na cabeça. Apesar disso, não lhe conseguia distinguir os traços do rosto. Não liguei importância, pois conhecia-o muito bem.
"É para criar ambiente para a missão que nos reserva hoje!" disse ele com um sorriso sarcástico estampado no rosto! "Eu pensei que vocês eram muito evoluídos, não necessitando deste tipo de 'coreografia' para dar nas vistas...!" mas ele não ligou para o que eu disse. Desceu apressadamente da mota, começou a dirigir-se para uma das extremidades da plataforma, obrigando-me a segui-lo em passos largos. Só nesse momento reparei na claridade que emergia mais abaixo. Quando chegamos quase ao seu limite, reparei numa escadaria que dava para um subterrâneo, tipo estação do metro. A meio das escadas, já se encontrava um grupo de pessoas preparadas para a "acção". Vestiam de branco, tipo fato completo, mas com uma textura almofadada, debruada em losangos parecido com fatos espaciais. Todos eles eram asiáticos. Estavam numa pose de combate tipo kung-fu, ou uma arte marcial parecida.
Quando nos viram, reconheceram-nos logo e cumprimentaram-nos de uma forma rápida com o olhar.
"Como está o ponto de situação?!" perguntou para eles.
Eu ia observando a cena toda, tentando compreender que tipo de missão nos reservava e qual o significado de tudo aquilo. Os meus pensamentos foram interrompidos por uma explosão que veio do interior do subterrâneo, quase nos atingindo.
Reparei que um dos asiáticos, colocou as mãos junto ao umbigo em forma de concha, formando-se de seguida uma bola de luz que foi 'disparada' para o interior.
"Vai, mexe-te ou temos de te 'adormecer'?!!!" gritaram para mim. Eu corri pelas escadas abaixo, entrando num túnel completamente iluminado, enquanto eles continuavam a disparar ondas de energia, protegendo a minha entrada.
Este túnel estava apinhado de pessoas, que pareciam estar à espera de algo, tipo transporte. Como não vi quaisquer carris, deduzi que não fosse metro mas algo da mesma 'espécie'. Essas pessoas não ligaram para nós, mas reparei num grupo diferente e vestidos desenquadrados do resto de todos. Eram eles que estavam a disparar sobre nós. A missão ficou clara para mim, teria que os 'capturar' de alguma forma. Reparei que alguns foram atingidos pela energia, mas não lhes acontecia nada, só ficando ligeiramente atordoados.
"O que faço agora?!!!!", gritei escondendo-me atrás de um dos pilares. "Dispara, dispara depressa!!!". Nesse momento fiquei eu atordoado com a ideia de disparar raios de luz com as mãos. "Vê lá, se quiseres a gente adormece-te?!", adormecer-me? Mas porque passam a vida a querer por-me a dormir, ainda por cima numa situação daquelas. Desde logo reagi. Imitei a forma como eles estavam a actuar, imaginei uma onda de energia a percorrer as minhas mãos e não é que saiu mesmo um raio de energia. O problema foi não ter controlado a direcção dessa onda energética, provocando danos colaterais em três ou quatro pessoas que não tinham nada a ver com isso. "O que é que eu fiz??!! Já matei aquelas pessoas!!!". Não tive tempo de entrar em pânico, pois eles continuaram a gritar comigo"Continua a disparar, elas estão bem, só adormeceram !!!". Assim continuei, naquela coreografia do dispara, esconde. Verifiquei que os meus disparos tinham um poder superior aos dos restantes. Só que, a nível de experiência, os outros estavam bem acima de mim. Depois de algum tempo naquela tarefa, lá consegui acertar com alguns daqueles que eram o objectivo principal. Só que houve outros que fugiram para outros túneis mais à frente. Enquanto uns se começaram a ocupar dos que estavam caídos no chão, outros desataram a correr atrás dos fugitivos.
Isso deu-me tempo para apreciar o túnel onde me encontrava. Era uma câmara gigantesca, iluminada através das paredes, parecendo que a luz emergia da própria parede.
Tinha tudo um aspecto envidraçado, mas sem ser vidro. Era como se fosse semi-transparente. Realmente as pessoas estavam à espera de veículos tipo metro, mas na realidade (ou in'realidade) estes eram enormes carruagens todas em vidro transparente, que pairavam a alguns metros do solo. Parecia uma cena surreal, tirada de um filme de ficção científica, numa era muito avançada. Continuei andar, em direcção a outro túnel, dando a uma antecâmara que tinha uma porta tipo escotilha de submarino. Girei a roda da porta até abrir, passando pela abertura até dar a outro local. Nesse local estavam pessoas que davam a sensação de serem controladores de tráfego e de outras situações. Não existia ecrãs, é como se as imagens fossem holográficas tridimensionais e, estes através do toque, faziam reagir diferentes comandos. Continuei o meu percurso de explorador do terreno, indo de sala em sala, até começar a encontrar menos pessoas.Neste percurso, dei a uma sala cuja a porta se fechou atrás de mim. Sem retorno, tentei em vão, achar uma saída. No centro da sala, estava uma imagem holográfica de uma esfera. Dirigi-me para lá, começando a accionar botões nessa esfera, como se soubesse o que estava a fazer. Por cima de mim, de repente abriu-se uma porta de correr, descendo uma escada articulada. Subi a escada que dava a outra portinhola que se abria rodando tal e qual como para sair de um submarino. Assim que abri a porta, senti-me ser puxado, saltando da cama e apontando estes acontecimentos...

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